Saiba como ocorreu a Pesquisa de Nolla e a formação dos estágios.
O que são os estágios de Nolla?
Desenvolveram-se várias maneiras de calcular a idade dentária dos indivíduos como estágios de calcificação, rizólise dos dentes decíduos, rizogênese dos permanentes e irrupção dos dentes. Contudo, a classificação mais empregada para a determinação da idade dentária do indivíduo é a de Nolla que foi publicada em 1960. Essa classificação ilustra o nível de desenvolvimento dentário a partir de 10 estágios que representam a cronologia de crescimento do incisivo central e lateral, do canino, dos pré-molares e dos molares.
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Figura 1: Estágios de Nolla (1960) |
Dez são os estágios que Nolla propôs sendo que a medida de maturação é baseada no estágio médio de calcificação:
0: ausência de cripta1: cripta formada
2: mineralização inicial
3: 1/3 de coroa formada
4: 2/3 de mineralizaçãoda coroa
5: coroa quase completa
6:coroa totalmente mineralizada
7: 1/3 de raiz formada
8: 2/3 de raiz formada
9: raiz quase formada, ápice aberto
10: raiz formada e ápice fechado
2: mineralização inicial
3: 1/3 de coroa formada
4: 2/3 de mineralizaçãoda coroa
5: coroa quase completa
6:coroa totalmente mineralizada
7: 1/3 de raiz formada
8: 2/3 de raiz formada
9: raiz quase formada, ápice aberto
10: raiz formada e ápice fechado
Cripta
É o primeiro sinal radiográfico de desenvolvimento do germe dentário. Segundo Nolla, é uma estrutura quase radiolúcida no osso que foi designado por ele como cripta. Em sua formação diferentes processos celulares ocorrem como a histodiferenciação e a fase de aposição.
Calcificação
É facilmente determinada conforme as tomadas radiográficas durante o desenvolvimento.
Polpa
Seu desenvolvimento pode ser seguido como um esboço radiolúcido através dos estágios de desenvolvimento.
Estágio final
Consiste no fechamento apical da raiz no processo de maturação.
O objetivo da pesquisa de Nolla
Teve como principal objetivo organizar uma técnica para avaliar o desenvolvimento dos dentes permanentes através de radiografias. Ademais buscava entender as diferenças de maturação dentária entre meninos e meninas. Por isso, preparou tabelas e ilustrações (Figura 1) que visavam auxiliar o profissional no acompanhamento do desenvolvimento de dentes jovens.
A metodologia
Nolla obteve as radiografias do banco de dados do
Laboratório da Universidade de Michigan de 25 meninos e 25 meninas. Cada
indivíduo possuía um conjunto de radiografias periapicais dos 2 hemi-arcos da
mandíbula, oclusais da maxila e mandíbula e radiografias extra-orais. Assim, o
total de radiografias foi de 1746 para as meninas e de 1656 para os meninos.
A observação
proporcionou conhecimento apenas do grau de desenvolvimento, que é, conforme já mencionado, um conjunto
de desenhos que ilustram os dez estágios de desenvolvimento dos dentes. Diante disso, a
primeira coluna (direita) avalia o estágio de crescimento do incisivo central e
lateral, a segunda do canino, a terceira dos pré-molares e a quarta dos molares.
Os desenhos (Figura
1) ilustram para cada um dos dez estágios (1 a 10 inclusive) a aparência do
estágio de desenvolvimento dentário observado radiograficamente. Assim, a radiografia
foi avaliada o mais próximo possível da figura comparativa.
O que Nolla encontrou?
Dessa forma, Nolla em sua pesquisa verificou
que o tipo de crescimento exibido por cada dente é o mesmo e não foram
observadas diferenças significativas nas taxas de desenvolvimento em meninos e
meninas. Entretanto, as meninas começaram o desenvolvimento dentário mais cedo (Figura 2). Na média, as diferenças na sequência geral de desenvolvimento
não eram aparentes entre os sexos e poucas diferenças de desenvolvimento foram
mostradas entre os dentes direito e esquerdo do mesmo tipo.
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Figura 2: Tabela que demonstra a idade de calcificação completa nos dentes permanentes (Nolla, 1960). |
Referências:
1. SOUZA FREITAS, J.A. et al.
Variabilidade das fases de formação e erupção dos dentes permanentes.
Ortodontia., v.23, n.2, p.29-39, 1990.
2. PROFFIT, W.R., ACKERMAN, J.L. Diagnóstico e planejamento do tratamento
ortodôntico. In: Graber TM, Vanarsdall RL. Ortodontia - princípios e técnicas
atuais, 2 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1996, p.3-86.
3. NOLLA, C.M. The development of the permanent teeth. J Dent Child.,
v.27, n.4, p.254-266, nov. 1960.
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